sexta-feira, 23 de abril de 2010

Por tudo o mais


Por tudo mais eu estava lá, cantando aquela velha musica lendo aquele velho livro, apegada aos velhos amados, amores, gracejos, tava lá deitada vendo as estrelas vendo o sol poente vendo estrelas cadentes, estava lá perdida no processo da formação, catando coisinhas no chão em meio ao vazio do submundo do meu próprio coração, esperando o caos pra movimentar balançar a rede pra lá e para cá, esperando alguém entender minhas crônicas sem sentido esperando alguém ler meu diário escondido. Esperando alguém  discordar pra poder concordar , pra bagunçar pra depois arrumar, esperando amar só pra sofrer mais um pouquinho.
Tipo aqueles dias em que a chuva cai fininha molhando meu nariz, e nem gruda ,escorre pelas minhas mãos, e  tudo o que eu queria era tocar seu corpo, passar a língua no seu abdômen, comer você com vontade, mais nem coragem eu tinha tudo tava tão calmo, tão vão. E a necessidade de me ter passou, a necessidade de meter em você de te ter.Pra eu sair e ver o submundo ver as prostitutas vendendo seus corpos e eu pensar por quanto vendi minha alma? Meu corpo?
É  por isso mesmo que eu estava lá pra ver queimar aquele monte de cartinhas que minhas amigas do tempo do colégio me mandaram, algumas se foram se ter ido, alguma ficaram sendo que se foram, queimar tudo e mesmo nada apagado nem com borracha nem a laser tipo tatuagem, como era mesmo o nome da brincadeira? Éramos irmãs de sangue porque furamos nossos dedos e juntamos nosso sangue !é isso! mais ele tomou o lugar de tudo deixando a irmandade do sangue do furinho da agulha pra lá. Tomou  também aquele lugar embaixo na arvore aonde gravamos nossos nomes, mais derrubaram as arvores ou eu procurei no lugar errado, ou ela descascou.
Eu também descasquei só para pode ver de vários ângulos e sair do meu corpo, às vezes, quando to cantarolando aquela musica, porque eu simplesmente gosto dela, mais é mentira porque é um musica que não me lembra ninguém, estranho essas musicas que não lembram nada de lugar nenhum, porque também aquele furinho no dedo cicatrizou e eu nem lembro se foi no anelar ou no dedão, porque também sei lá porque o sangue meu não juntou com o dela.
De fato e só por isso eu estava lá, vendo você jogar, as canelas finas correndo atrás da bola me olhava de rabo de olho só para ver se eu te via, nossos olhos se cruzavam numa  fração de segundos e logo se perdiam, porque na verdade você estava correndo atrás da bola, e eu estava correndo atrás de você a verdade é que você corre mais rápido ou eu estou mais cansada, suas penas são mais rápidas, as minhas são mais pesadas é fato. Você também fez o gol, e a cicatriz o furinho da agulha das irmãs de sangue que hoje não são nem bem amigas nem bem inimigas, parece que na verdade eu estava lá só para ver o segundo  tempo da partida você fez um gol e eu fui embora.

Um comentário:

Maldito disse...

Não tem jogo de revanche?