quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Aonde?


Onde está?
Aquele olhar carinhoso que tantas vezes me olhou e aonde foi parar toda aquela sensibilidade que tanto me apaixonou, e todas as juras, promessas, sonhos, mistérios, aonde andam. E eu que andava com você? Aonde parei de ser você para me tornar somente quem sou agora, somente eu mesma cadê nossa identidade o nós que me fazia completo inteiro.
Mesmo agora diante de toda a verdade depois de tanta coisa tanto tempo ainda me pego parado pensado - poxa tantos momentos - e nada do que foi real é hoje verdade, e nada do que foi verdade é mentira hoje. Aonde foi parar o infinito, as mãos dadas, os sorrisos juntos, crescentes nos meus lábios que se derramavam nos seus olhos, e agora?
Que faremos nós sendo apenas nós mesmos, sem mais a outra metade sem o resto do meu rosto, sem essa minha face perdida que me fazia feliz todos os dias, eu vou me perder nos dias cinza desse inverno sem sabor - por onde anda o sol - e vou ficar cada vez mais profundo inundado no meu ser, esse ser que deveria me fazer valer sozinha mais que sempre pede implora por você.
Onde está a lembrança dos seus beijos, dos seus abraços, as pessoas vão dizer que posso viver sozinha, e eu direi - claro eu posso - mais isso é ser feliz?  É a realidade a qual devo me acostumar, à falta do meu outro eu? Que nasceu junto comigo quando éramos apenas cosmos e átomos e prótons meu eu, que divide a mesma energia que eu, esse deve ser o fim? Então eu vou ficar metade desligada, e vou ser recarregada só pelas lembranças cada vez mais espaçadas mais longínquas mais distantes do que um dia foi perfeito.
E onde esta toda a minha utopia, minhas ilusões tão bonitas a respeito do amor? É mesmo quase triste demais pra seguir em frente depois que perceber que no fim arco Iris ao invés do pote de ouro encontramos apenas um sepulcro vazio,  e me chamem de tragédia grega, se quiserem eu vivo por amor a cada ato, a cada gesto, a cada aonde perdido no passado.