segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ela assim como ela é....




E de repente percebeu que por tentar ser diferente, acabou se tornando igual. Igual em gênero número de grau. Percebeu que sua vontade de ser especial, a tornava igual a todos, afinal quem na vida quer um clone de si mesmo, andando por ai. E demorou quase tempo o bastante para que ela chegasse, a perceber que ela poderia ser ela mesma, sem se comprometer com quaisquer princípios que chegasse a ter.

Ela procurou dentro de si e dentro dos outros, algo que ela achava essencial ter, algo como individualidade. Ela caminhou muitas vezes sem rumo, muitas vezes no escuro, sem placas de sinalização sem mapas de direção, por um lugar onde ela poderia se achar.

Ela se entregou verdadeiramente e de coração, corpo e alma ao que achava certo e ao amava, ela correu todos os riscos, pisou em terrenos, lodosos, falsos, em terra firme, íngreme e, caiu.

Caiu e por muitas vezes achou que não conseguiria se levantar, muitas vezes ela achou que ia quebrar e para surpresa dela mesma ela não quebrou, ela se manteve em pé, não intacta é claro, teve escoriações, e ela sem perceber descobriu a verdade, há feridas que cicatrizam, mas que nunca fecham, nunca são esquecidas.

Ela construiu sonhos, ela planejou, ela tentou e ela viu tudo que tinha sonhado desabar frente a seus olhos, sem maiores explicações. Ela foi do céu ao inferno em segundos e sentiu na pele essa queda com uma dor que não deixava marcas, uma dor que não doía no corpo, uma dor que ela sentiu na alma. Ela viu os dias de sol se tornarem dias de tempestade, e ela viu tudo isso sentada sem poder fazer nada, estática, parada, sem um só movimento.

Ela sentiu como se a morte a tivesse tocado, mais ainda ouvia o palpitar do seu coração, ela então percebeu que aquela não era a morte, era sua alma que deixava um corpo ainda vivo, porque a alma entendeu que ali nada mais cresceria.

Ela entendeu que perder a alma era ainda pior que perder a vida, ela precisava de um alicerce, algo a que se agarrar no meio da enchente, mas ela sabia lá dentro dela mesma que isso que ela procurava, ela não encontraria em mais ninguém só nela mesma.

Então ela achou um fio, um fio brilhante no meio da escuridão, ela se agarrou a ele, e de repente, ela tornou-se um brilho maior como de uns olhos e tornou-se ma mão que ela segurou. Aquele fio era a esperança aqueles olhos eram da alegria, aquela mão era sua alma. E isso a trouxe de volta a vida e ela escreve agora, para que todos entendam que sozinho ninguém fica e que para se levantar é preciso só de uma vontade que tem que vir de dentro de você mesma.


PS: obrigada a todos e começo hoje de novo.

Nenhum comentário: