quarta-feira, 2 de junho de 2010

Salto


Olhou bem no fundo dos olhos dele e disse que estava apaixonada, só disse isso porque o medo tomou conta dela o coração acelerou, quanto tempo não se apaixonava que sensação estranha que pessoa estranha se tornou com uma felicidade absurda! Só disse isso mais queria dizer todo o resto... que estava sim apaixonada e isso não viraria nunca amor, porque tinha prometido a si mesma que ela mesmo se bastava e por isso não precisa do amor e de amar mais ninguém, que já tinha amado demais e precisava de um pouco de paz, para se colocar em ordem, porque seu coração já estava  tão vazio sobrava tanto espaço e tava tão calmo lá.
Não queria ter que sentir saudades e sentir vontade de estar junto, não queria ter que sentir ciúmes e sonhar sonhos para uma vida inteira que acabariam antes de a vida acabar, não queria chorar não queria sofrer, e enfim não queria sua felicidade dependendo de outro. Queria a felicidade simples de um amanhã sem medos sem traições.
Tinha dentro de si uma fé tão estranha que tudo dependia apenas dela, que se apaixonar era dar um passo no vazio. Apenas não disse isso. Disse só que estava apaixonada e mais nada, e não queria estar e tentou resistir, tentou não sorrir quando ele sorria não querer beijar quando ele chegava perto, não querer abraçar quando ele aparecia, tentou em vão não estremecer ao toque dele e não se aconchegar naquele colo, só para poder parecer mais forte diante dele. Mas ele veio tão seguro com seu jeito tão honesto parecendo tão crente em tudo que derrubou toda a fé que ela tinha no que era conhecido, firme, certo mostrando o lado incerto o lado vivo.
Tinha mesmo que ser ele, porque parecia tão complicado porque entender ter certeza parecia tão duvidoso, seria sua mente doentia ou as feridas do seu coração que a colocam nesse dilema, queria mesmo poder cair de pára quedas com a certeza de não se esborrachar no chão, e repente a vida tirou todas as certezas te despiu novamente te deixou nua, assim surgem às paixões de repente e assim elas nos deixam completamente nus, porque só assim desprovidos de grandes vaidades de tantos medos, de todos os receios poderá se entregar cair, se for ao chão se for às nuvens se for flutuar, isso só mesmo o tempo dirá



Um comentário:

Marcel disse...

Caraca... mto bacana, o texto, Vanessa...
Gosto mto da atmosfera q vc coloca nas suas postagens, com detalhes sutis q passariam despercebidos ou tão subjetivos como deste texto.
Poucas pessoas têm as visão e sensibilidade q vc tem.
Bjuss...